15 fevereiro 2009

A propósito da bicada anterior, lembrei-me desta:

De "Um Cancioneiro para Timor" Ruy Cinatti
A Luta de Galos, desporto n.º 1 dos Timorenses

" Galo doido, Meu brinquedo,
aninhado nos meus braços.
Sinto o meu coração preso
só de pensar no combate.

Pintei-lhe de verde as penas
só a pensar no combate."

Abraço. Mateus

3 comentários:

Firmino Falcão disse...

O Black tem razão. Ninguém comenta a reportagem. Foi preciso engenho e arte para tanto. Parabéns. Alguém disse que não é bom voltar onde já se foi feliz! Deve ser por isso que ninguém quer tentar os deuses!
O Luis Mateus, com os galos e o remate do poeta secou a imaginação para qualquer comentário! Mas por ser para ele eu vou tentar responder. Todos se lembram daquele mar calmo, parecia azeite,depois de passarmos ao sul da ilha de Madagáscar,ainda gaivotas, e já em pleno Índico, convivendo com golfinhos e peixes voadores, o barco parado, estático,qual monstro marinho surgindo das profundidades, enquanto na casa das máquinas reviam,consertavam e alimentavam aquela enormidade de cavalagem dos motores (quantos cavalos?), já não me lembro do chefe de máquinas, e nós, os viajantes, cá em cima, observando aquela paisagem única,atravessando o Índico pela sua maior largura, pois ninguém fazia aquela rota, só o "Timor", com destino a DILI. Talvez, Miguel Torga, explodisse:
«Mar sem respiração.
Mansidão
De prado
Sobrevoado
por asas inquietas.
Como os poetas
As gaivotas são
A vida em diligente movimento.
Vida com ondas de ressurreição
Erguidas pela angústia e pelo vento.»

Luis Mateus disse...

Sim senhor!
Bela descrição! Poética!
O retrato está bem tirado!
Mas já agora, a propósito das máquinas e do seu chefe! O nosso amigo Firmino Falcão não se lembra do chefe das máquinas! Mas será que se lembra da "fetu diac liu" que acompanhava um dos engenheiros das ditas máquinas? Se bem se lembram punha todo o pessoal a babar! Era do tipo oásis no meio do deserto! Mas não era no meio de camelos! Eram só marmanjos!
Abraço. Mateus.

José Pedreiras (Black) disse...

5 750 cavalos segundo a ficha técnica do construtor.
Por vezes ainda penso, quando revejo a viagem: Tão miúdo (21 anos) e já metido em tanta proeza. Como é que consegui passar tanta dúvida, tanto medo. Sim porque eu tive medo, medo da grandiosidade daquele lago que demorou 21 dias a atravessar.